sábado, 18 de março de 2017




Andar sozinha tem seus prazeres e este é um deles: um bom capuccino sob um vento de primavera, num fim de tarde em Berlim. Esse ficará guardado para sempre, sobretudo pelo que me aconteceu naquele minuto. Na Alemanha é comum pegarmos uma "carona" da capital para outras cidades. Naquele dia eu estava indo para Jena, uma cidade universitária que o meu amigo de adolescência morava. Para chegar lá, eu teria que falar ao telefone com uma alemã sobre o lugar que ela me encontraria para irmos juntas para Jena mas estava um pouco complicado porque ela falava tudo, menos Inglês e Português. Então, ao telefone ainda, respirei fundo e pedi uns vinte minutos de pausa para eu tomar um café para depois pensar em como iríamos nos entender. Pois bem, andei um pouco e a primeira cafeteria que eu vi, sentei. Lugar agradabilíssimo por sinal. O garçom veio, me cumprimentou e uma vez que viu em minha blusa o nome Itália, curiosamente (lá não é costume falar o desnecessário com as pessoas) ele perguntou: "Itália?". Eu: Não! Brasil! E ele: "Ohhhh, eu sou bahiano!" E naquele mesmo segundo mesmo gritei: viva o Pelourinho! e rimos... o Garçom bahiano, primeira pessoa que conversei em Berlim, me orientou sobre o que dizer para minha "carona alemã" e fiquei, ali mesma, a escrever e a pensar sobre quem me dera se todas as vezes que eu estivesse aflita eu sentasse para tomar um café por aí... As soluções muitas vezes aparecem de maneira bem mais simples do que esperamos.